Uncategorized

Dependência digital: 9 sinais menos óbvios 

Postado em

Por mais que o mundo tenha mudado tanto e os problemas que enfrentamos hoje em dia já não sejam os mesmos de décadas atrás, a palavra “vício” segue nos remetendo sempre a problemas com álcool e drogas, por exemplo. 

Por definição, o vício é qualquer hábito persistente que torna o indivíduo dependente e faz com que seu consumo seja irresistível. Cabe nessa descrição, então, um problema atual bem generalizado, infelizmente: a dependência digital.

O que é dependência digital?

A dependência digital é o uso excessivo de tecnologias digitais (redes sociais, por exemplo). Por consequência desse excesso, o indivíduo sofre com sua abstinência e tem a sua rotina (aspectos pessoais, profissionais e afetivos) prejudicada pelo vício. 

Aos poucos, essa compulsão em verificar o celular o tempo todo faz com que a realidade seja substituída pelos estímulos digitais

Colocada assim, dessa forma, essa explicação pode até parecer extremista, mas pense comigo: quantas vezes você presenciou casais jantando juntos, em um restaurante, sem terem nenhuma conversa pois estão encarando seus smartphones? Ou turistas, talvez, que não apreciam nenhuma paisagem ou passeio, mas que apenas tiram fotos e imediatamente se concentram em publicá-las.

A dependência digital é uma doença?

Sim! Em 2018 a Organização Mundial da Saúde oficializou a dependência digital como uma doença. Também classificou dessa forma a nomofobia, que é o medo irracional que um indivíduo sente de ficar longe de seu smartphones, ou eletrônicos em geral.

Para ilustrar um pouco de como a dependência digital se alastrou nos últimos anos, a Unifesp elencou alguns dados sobre o uso de redes sociais entre jovens. De acordo com o estudo, adolescentes entre 13 e 17 anos afirmaram que:

  • Dormem pouco para não desconectarem dos meios digitais;
  • Sentem-se irritados quando privados das redes sociais e celulares;
  • Acreditam que a vida é “sem graça” fora da internet;
  • Preocupam-se com o que está acontecendo nas redes quando eles estão offline.

Sinais menos óbvios de dependência digital

Engana-se quem acredita que a dependência digital é um problema restrito aos mais jovens. Muito pelo contrário: da infância à terceira idade, o vício em telas tem sido uma doença generalizada. O Brasil, aliás, já figurou no 3º lugar do ranking de nações com mais crianças viciadas em celulares, videogames e TVs.

Por ser uma patologia tão difundida, é muito provável que você também seja um dependente. Vamos fazer a prova? Estes são alguns dos sinais menos óbvios de dependência digital:

  1. Checar notificações assim que elas surgem;
  2. Fotografar ou filmar grande parte da sua rotina para então publicá-las;
  3. Pensar com frequência em quais conteúdos publicar online;
  4. Sentir-se chateado com baixo número de curtidas e visualizações;
  5. Sentimentos de solidão;
  6. Sentimentos de insatisfação pessoal ao comparar a própria vida com a de outras pessoas nas redes sociais;
  7. Sentir que um momento só é “real” se for compartilhado na rede;
  8. Dificuldade em se manter presente durante eventos sociais (jantares, festas etc.); 
  9. Ir a lugares específicos ou pedir determinadas refeições unicamente pela probabilidade de “gerar engajamento”.

Como o problema afeta a sua vida

No âmbito psicológico, temos consequências assim para a dependência digital:

Já no âmbito físico (sabia que afeta o corpo em si também?), temos:

Além destes, os próprios sinais de dependência digital já são efeitos negativos da doença. Afinal, onde pode estar o lado bom de uma vida na qual a maioria de seus momentos são superficialmente produzidos e vividos para gerar atração nas redes sociais, ou que se passa tanto tempo sofrendo com sentimentos de incompletude e inadequação em comparação com as outras pessoas no feed

Como tratar esse vício?

Primeiramente, a melhor maneira de proteger a si mesmo ou aos seus filhos contra a dependência digital é a prevenção. Por isso, a recomendação de uso de telas (celulares, tablets, TVs) da Sociedade Brasileira de Pediatria para cada faixa etária é a seguinte:

  • Crianças até 2 anos: sem uso;
  • Crianças entre 2 e 5 anos: no máximo 1 hora por dia, com supervisão; 
  • Crianças entre 6 e 10 anos: 2 horas por dia, com supervisão;
  • Adolescentes entre 11 e 18 anos: até 3 horas por dia, sem uso que “vire a noite”;
  • Todas as faixas: menor uso possível. Considerar zero uso de telas durante refeições e antes de dormir.

No entanto, minha recomendação, como Médica Integrativa, é que até os 6 anos as telas sigam sendo evitadas. Afinal, muitos estudam aponta como as telas afetam o desenvolvimento do cérebro das crianças — órgão esse que tem sua formação quase que total até os 5 anos, o que nos leva a ter consequências ruins no futuro até mesmo quando o tempo despendido em tablets, celulares e TVs é de meros 20 minutos.
Além dessas recomendações, a prevenção e o tratamento da dependência digital são ainda mais possíveis com a ajuda de um profissional de medicina integrativa que te oriente sobre como manter uma rotina mais saudável e feliz.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *